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quarta-feira, 28 de março de 2012

Diário de Sônia

É muito fácil sair pela porta de casa e fingir ser um excelente pai, um excelente marido e um excelente crente. As pessoas só precisam de um sorriso simpático e uma palavra de cortesia para medirem a nossa estatura espiritual. Como fulano é gente boa! Como beltrano é feliz! Como cicrano é um exemplo! Infelizmente muitos dos nossos julgamentos não levam em conta o testemunho dos crentes dentro de quatro paredes, ou seja, dentro de seu lar. Será que ele é realmente tão sorridente assim em casa? Será que é cavalheiro em casa? Será que é educado? Será que é um bom marido? Será que é um bom pai? O que a família pode falar da vida espiritual dele? Leia abaixo o diário de uma mulher casada com um cristão muito famoso:
"Há pouco afeto genuíno nele. Sua bondade não vem de seu coração, mas simplesmente de seus princípios. Suas biografias vão dizer como ele ajudou os trabalhadores a carregar baldes de água, mas nenhuma delas dirá que ele jamais deu descanso à sua esposa e nunca, nestes 32 anos, deu a seus filhos um copo d'água ou passou cinco minutos ao lado de suas camas para que eu pudesse ter uma chance de descansar de meus trabalhos." (Esposa de Tostoi)
O que será que sua esposa pensa de você? Reflita...

Raio X de um pecador

A confissão de um pecador. Meu desejo é que este texto faça você refletir um pouco sobre sua auto-imagem.

"E quanto a você, Lev Nikolayevitch, você prega muito bem, mas faz aquilo que prega?" Esta é a mais natural das perguntas, uma que sempre me é feita. Normalmente, é feita de maneira vitoriosa, como se fosse uma forma de calar minha boca. "Você prega, mas como vive?" E respondo que não prego, que não sou capaz de pregar, ainda que deseje apaixonadamente fazê-lo. Posso pregar apenas através de minhas ações, e minhas ações são vis (...) E respondo que sou culpado, e vil, e digno de receber as críticas por meu fracasso em cumpri-las.
Ao mesmo tempo, sem ter o propósito de me justificar, mas simplesmen­te visando explicar minha falta de consistência, digo: olhe para minha vida atual e para minha vida passada, e você verá que não tento defendê-las. E verdade que não tenho cumprido a milésima parte deles [os preceitos cris­tãos], e me envergonho disto, mas deixei de cumpri-los não porque não quis, mas porque fui incapaz de fazê-lo. Ensine-me como não ser enredado pela tentação que me cerca, ajude-me, e eu os cumprirei; mesmo sem ajuda, eu desejo e espero cumpri-los.
Ataque-me — eu mesmo faço isto —, mas ataque a mim, em vez de culpar o caminho que sigo e que indico a todos aqueles que me perguntam onde acho que ele esteja. Se conheço o caminho de casa e ando por ele em­briagado, o caminho não deixa de ser certo simplesmente porque ando por ele cambaleante! Se não é o caminho correto, então mostre-me um outro; mas se cambaleio e perco o caminho, você deve me ajudar, deve manter-me na senda da verdade, assim como eu mesmo estou disposto a ajudá-lo. Não me leve por caminhos errados, não fique feliz por eu me perder, não se rejubile dizendo: "Olhe para ele! Disse que estava indo para casa, mas está se arrastando para um pântano!" Não, não se regozije, mas dê-me seu apoio e sua ajuda.
Leon Tostoi

quarta-feira, 14 de março de 2012

Só acredito vendo! 2

Na publicação anterior falamos de dúvidas e incertezas que são inerentes às coisas preciosas e importantes da vida. Também falamos que esta expressão, "só acredito vendo" é fruto da nossa herança cultural e da arrogância humana. O homem ainda continua acreditando que é a "medida de todas as coisas". Que pode decidir se Deus existe ou não.

O que mais me impressiona é que podemos achar este mesmo ceticismo em relação a Jesus Cristo no próprio Novo Testamento. E o mais desnorteante é que estas incertezas estão sendo proferidas por um apóstolo, ou seja, homens que presenciaram e viram de perto as obras e milagres realizados por Jesus. Este homem que não é fruto das ideias racionalistas, pois viveu no século I, se chama Tomé. Este discípulo de Cristo afirmou: "Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei." Jo.20:25

Ele não conseguia crer que Cristo havia ressuscitado. Quando as pessoas lhe contaram, ele simplesmente foi sincero e disse: "Não acredito!", ou, "Só acredito vendo!" Deus poderia tê-lo deixado incrédulo, mas a misericórdia de Deus foi plenamente evidenciada. Depois de passados 8 dias, Jesus aparece para Tomé e o diálogo entre eles foi o seguinte: "Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!" Jo.20:26-28.

O desejo de Tomé foi satisfeito, ele viu a Deus na pessoa do Filho. Note que ele reconhece que Jesus é Deus. Alguns grupos como os "Testemunhas de Jeová" têm grande dificuldade em aceitar esta declaração de Tomé literalmente. Eles afirmam que as palavras do apóstolo não passam de uma exclamação de pura surpresa: "Meu Senhor!" "Meu Deus!" Mas é difícil aceitar esta interpretação com seriedade. Significaria que a primeira reação de Tomé, ao ver e ser convidado a tocar o Jesus ressuscitado, era blasfêmia. É inconcebível que um judeu piedoso como Tomé usaria, em seus lábios, a palavra "Deus" como uma exclamação profana. E o pior é que Jesus ainda teria aprovado tal blasfêmia, visto que aprovou as palavras de Tomé no versículo seguinte. Este tipo de exclamação usando a palavra "Deus" era algo inimaginável naquela época. Lembre-se que os judeus jamais falavam o nome de Deus em vão. Usar o nome de Deus como usamos banalmente hoje era arriscar a própria vida. "Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. (Ex.20:7) Além de falta de conhecimento cultural, ainda temos um problema exegético. O texto afirma: Senhor meu e Deus meu! Esta pequena palavra "e" torna impossível esta interpretação.

Fato é que Tome reconheceu Jesus como Deus, mas você pode está afirmando: "Se Cristo aparecesse também para mim eu acreditaria! Para encerrar este post, deixe-me te apresentar o final do diálogo entre Tomé e Cristo.
"Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram." Jo.20:29. Aqui nós temos uma exortação a Tomé. Sinta-se também exortado. Podemos neste momento vê a cabeça de Cristo a balançar negativamente em desaprovação e dizer: Não meu filho! Você é alguém que afirma que só acredita vendo? Deixe-me te dizer algo: Tem uma vida mais feliz aquele que não precisa vê com olhos físicos. É mais feliz aquele que consegue perceber com os olhos do coração. Meu filho tenha fé e achará o descanso e a felicidade!

terça-feira, 13 de março de 2012

Só acredito vendo!

Não é incomum encontrar esta máxima na boca de céticos. "Tenho que ver para crer!", "só acredito vendo com estes dois olhos que a terra há de comer". Estas são frases de efeito que declaram uma filosofia de vida que talvez muitas pessoas nem saibam. Somos frutos de uma sociedade industrializada e amante da metologia do trabalho científico. Nosso coração é carregado do que a Filosofia classifica como Naturalismo ou Empirismo. Para que eu acredite em algo ou em alguém é preciso haver provas incontestáveis. Eu preciso me certificar com 100% de certeza que algo é verdadeiro para que eu possa aderir e confiar. Algumas perguntas se fazem relevantes a esta altura: Você tem certeza do amor desinteressado de sua esposa ou marido? Você pode medir este sentimento, assim como 1 + 1 é igual a 2, ou você aceita e confia? Você tem certeza de que você possui algum valor, mesmo sendo apenas mais um dentre mais de 6 bilhões de pessoas? Você pode provar experimentalmente? Você tem certeza da sua missão nesta vida, do porquê de sua existência? Pode provar com alguma fórmula matemática? Você tem certeza de que se você morrer acabou tudo, que não haverá realmente um julgamento, um ceú e um inferno? Quais são as suas bases para defender esta tese categoricamente? Você tem certeza que existirá um amanhã para você? Você tem certeza que acordará amanhã cedinho? Você tem certeza que alcançará os seus alvos? Você tem certeza absoluta que não existe um Deus?

A verdade é que não temos como postular teses, paradigmas ou certezas indubtáveis para as perguntas mais cruciais da vida. Você tem certeza de várias coisas, mais se for parar um pouco para pensar, os objetos de nossas certezas são sempre sem grande valor. Que diferença faz saber que 1 + 1 é 2? Que diferença faz saber com ceretza que o céu é azul? Que diferença faz saber absolutamente que seu gato se chama Rodolfo? Isto é importante, mas não é essencial. Compare esta certeza, com a certeza do amor do seu conjuge ou com o amor de Deus por você.

Preste bem atenção: As verdades que realmente importam, as que realmente fazem diferença naas nossas vidas, as que realmente são valiosas, são todas encobertas por incertezas e dúvidas. É para todas estas verdades é preciso fé. O grande problema do homem é querer ter todas as coisas sob controle, inclusive a existência de Deus.

"Um antigo imperador pagão visitou um rabino chamado Ben Hananias e exigiu que este lhe mostrasse Deus. O Rabino respondeu que o pedido era impossível de atender. Não querendo ser ignorado, (algo típico da arrogância humana) o imperador insistiu e bradou: se nao vir também não crerei! Ben Hananias levou o imperador ao meio-dia para fora do templo e pediu-lhe que olhasse por alguns segundos para o sol. "Isto é impossível!", protestou o imperador. O rabino respondeu que, se o imperador não podia nem mesmo encarar o brilho do sol, como poderia contemplar Deus em toda a sua glória?