O EVANGELISTA[1]
1 Coríntios 9:16 Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!
Seja um
evangelista ousado, não permita que a timidez, a vergonha ou o medo de rejeição
possa impedi-lo de ser usado por Deus como um canal que transporta as
boas-novas. Lembre-se que aquele que teme a Deus, não teme os homens. O que se ajoelha
diante de Deus, não se curva em nenhuma situação. Se desagradarmos a Deus, não
importa a quem vamos agradar. E se agradarmos a ele, não importa a quem vamos
desagradar.
Irmãos, à luz do
conhecimento que temos sobre o altar de Deus, é melhor vivermos seis meses com
o coração em chamas, apontando o pecado deste mundo, seja em que lugar for, e
conclamando o povo a libertar-se do poder de Satanás e se voltar para Deus, do
que morrer cercado de honrarias eclesiásticas e de doutorados em teologia, para
se tornar motivo de riso no inferno, para os demônios das trevas.
Precisamos ter ciência
de que Satanás e seus anjos não ficarão de braços cruzados apenas observando
uma equipe do exercito de Cristo se levantar e começar a se preparar para a
guerra. O Diabo está certamente a bradar: É guerra que vocês querem é guerra
que vão ter!
Irmãos, se quisermos
realizar a obra de Deus à maneira de Deus, no tempo determinado por ele, com o
poder divino, teremos a bênção do Senhor e a maldição do diabo. Pois, assim que
Deus abre as janelas do céu para nos abençoar, o inimigo abre as portas do
inferno para nos intimidar.
Mas uma pergunta se faz necessária: Será que nós, hoje em dia, provocamos
a ira do inferno? Será que Satanás nos vê como inimigos que precisam ser
calados? Será que Satanás acha necessário investir tempo e forças contra nós? Somos
conhecidos nos infernos? Quero dizer, será que os demônios podem dizer de nós:
“Conheço a Jesus e sei quem é o Fulano”, ou será que, quando pregamos, eles indagam:
“Mas vós, quem sois?”
Irmãos, precisamos
chorar por não termos lágrimas; precisamos gemer por não sentirmos peso pelos
perdidos; irar-nos contra nós mesmos por não termos ódio do monopólio que o
diabo exerce nestes dias do fim, e nos punir pelo fato de o mundo estar-se
dando tão bem conosco, que nem precisa perseguir-nos.
Fato é que Satanás
está aplaudindo muitas das igrejas cristãs, pois tudo o que ele mais quer é que
continuemos a caçar ratos, enquanto há leões à solta, devastando a
terra. Nós nos entretemos com intermináveis discussões sobre a soberania de
Deus, sobre o Apocalipse, sobre músicas e instrumentos e acabamos por ignorar as
disciplinas espirituais e a necessidade dos perdidos. Infelizmente enquanto
perdemos tempo, o inferno vai só se enchendo. A verdade é que “Uns poucos
evangelistas bons e fervorosos produziriam maior impacto no ministério cristão
do que uma multidão de homens mornos!”
É importante entender
que antes de sermos uma equipe de evangelismo precisamos ser uma equipe de intercessão.
Contamos com muitas pessoas que sabem organizar, mas poucas dispostas a
agonizar; muitas que interferem, mas poucas que intercedem. Nada atemoriza mais
Satanás e o inferno do que o crente que ora. E por isso, é importante saber que
quem
quiser ter uma vida de oração precisa ser de aço, pois será atacado por Satanás
antes mesmo de começar a tentar atacar o reino dele com o evangelismo. Orar é o
primeiro passo de qualquer ministério evangelístico bem sucedido.
Precisamos entender
que o princípio que rege a oração é o mesmo da colheita: se semearmos pouco,
colheremos pouco; mas se semearmos com abundância, colheremos abundantemente. O
problema é que estamos querendo colher muito sem ter aplicado muito.
Será que vamos
permitir que esta geração pereça escravizada a um cativeiro moral, e continuar
aqui sentados, de braços cruzados, sem fazer nada? Será que vamos continuar
sendo apenas espectadores, que contemplam tudo como que hipnotizados, enquanto
Lúcifer, que já está com milhões de almas acorrentadas em sua carruagem
infernal, vai levando muitas outras pelo caminho largo, para as trevas eternas?
Mas lembre-se: antes de nos levantarmos e irmos a falar é necessário nos
ajoelhar e clamar.
“Será que um marinheiro ficaria parado se ouvisse o clamor
de um náufrago? Será que um médico permaneceria sentado comodamente, deixando
seus pacientes morrerem? Será que um bombeiro, ao saber que alguém está
perecendo no fogo, ficaria parado e não iria prestar-lhe socorro? E como você,
consegue ficar “à vontade em Sião” vendo o mundo ao seu redor ser condenado?”
A salvação de almas, se um homem
já ganhou amor pelos perdidos que perecem e pelo seu abençoado mestre, será uma
paixão absorvente. Ela o conduzirá de tal forma que ele quase se esquecerá de
si ao salvar os outros. Será com o bravo bombeiro, que não se importa com
queimaduras nem com o calor, para que ele possa resgatar a pobre criatura sobre
quem a humanidade verdadeira pôs o coração. Se pecadores serão condenados, pelo
menos que saltem para o inferno sob nossos corpos. E se perecerem, que pereçam
com nossos braços em seus joelhos, implorando-os para ficar. Se o inferno deve
ficar cheio, que se encha ao mesmo tempo em que nos esforçamos com unhas e
dentes, e que ninguém lá chegue desavisado ou sem nossa oração a seu favor.
(Charles Spurgeon)